Os primeiros Gueiros no Estado do Espírito Santo foram Abílio Teixeira Gueiros e família. Este era filho de Antônio Teixeira Calado e Francisca da Silva Gueiros, fazendeiros em São Bento do Una, em Pernambuco. Ambos se tinham convertido ao Evangelho pelas pregações do Dr. George W. Butler, missionário médico norte-americano em Garanhuns. Ela era irmã dos pastores Antônio e Jerônimo Gueiros.
Abílio Teixeira Gueiros nasceu em São Bento do Una, em 13 de julho de 1897. Filho de evangélicos, foi criado na igreja, tendo seguido o caminho do Evangelho desde a infância. Ainda jovem, deixou a fazenda e foi ganhar a vida como comerciante. Em 1926 casou-se com Sarah Victalino de Azevedo Mello, de Canhotinho, Pernambuco, lugar onde Dr. Butler tinha construído uma igreja, montado um hospital e uma escola, na qual ela estudara. Estudara também no Colégio Agnes Erskine, no Recife, onde fez o curso pedagógico e tornou-se professora.
Os dois primeiros filhos do casal Abílio e Sarah - Jabes e Jedáias - nasceram em Pernambuco. Querendo alargar seus horizontes, Abílio aventurou-se e mudou para o Estado do Rio de Janeiro, estabelecendo-se na cidade de Bom Jesus de Itabapoama, onde mais três filhos foram acrescidos à família: Sara, Gedelti e Jerusa. A última, Edna Júnia, nasceria mais tarde no Estado do Espírito Santo.
Os pais de Abílio Gueiros:
Antônio Texieira Calado (1931) e Francisca da Silva Gueiros (1922) que se converteram ao Evangelho com as pregações do Dr. Butler.
Sempre querendo crescer, mudou-se para o Estado do Espírito Santo, estado pequeno, mas de futuro promissor. Abriu uma padaria pioneira – e única – em Vila Velha, que lhe proporcionou recursos financeiros suficientes para dar a todos os filhos uma educação superior.
A história dos Gueiros do Espírito Santo foi contada por Joel Ribeiro Brinco, em seu livro Igreja Presbiteriana de Vila Velha – 50 anos de história, publicado em 2003, em edição particular. Nesse livro Brinco dedicou tanto espaço aos Gueiros, e à fundação da Igreja Maranata, que deveria talvez ter um título que mais adequadamente descrevesse o seu conteúdo. A família considera o mesmo eivado de erros factuais, e cheio de preconceitos contra a obra Maranata, que o autor parece não compreender.
Conta Joel Brinco que Vila Velha era então uma pequena cidade, separada da capital Vitória pela Baía de Vitória. A tráfego entre as duas cidades, na época da ida de Abílio Gueiros, era feito por meio de barcos e pela Ponte Florentino Ávidos. Durante a Segunda Guerra Mundial, talvez por razões de “segurança nacional”, o tráfego de barcos foi proibido na baía, ficando apenas a mencionada ponte como via de comunicação, o que grandemente dificultou o contato entre as duas cidades. O tráfego dentro de Vila Velha era feito por uma única linha de bonde, que ia de um lado ao outro.
Terceira ponte, ligando Vitoria a cidade de Vilha Velha.
Foi nesse período de guerra - e por já haver um número de presbiterianos em Vila Velha – que a Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória decidiu abrir uma congregação naquela cidade, enviando semanalmente seus presbíteros para conduzir os cultos naquela localidade. Entre os membros dessa congregação de Vila Velha estavam Abílio Teixeira Gueiros, sua mulher Sara Victalino Gueiros e os seis filhos do casal. A presença dos Gueiros era tão forte, que a igreja passou a ser denominada localmente como “a igreja do Seu Abílio”.
“A igreja do seu Abílio” talvez tenha recebido esse nome porque esta fora construída por ele, com verbas próprias, e em lote de terra doada à igreja por seu filho Gedelti. O trabalho da construção foi feito pelos próprios membros da congregação.
Mantendo a tradição da família, Abílio Gueiros fez o que pode para dar aos filhos uma educação superior. Assim, todos os filhos se tornaram profissionais: Jabes, advogado; Gedelti, dentista; Jedáias, pastor evangélico (diplomado pelo Seminário Presbiteriano de Campinas, SP), advogado e juiz; Sara, professora de Bíblia, pelo Instituto Bíblico do Rio de Janeiro; Jerusa, professora de Artes Plásticas, da UFES; Edna Júnia, professora de escola primária.
Abílio Teixeira Gueiros, que no apoio à obra Maranata, demonstrou a mesma dedicação devotada anteriormente à Igreja Presbiteriana, faleceu em 10 de julho de 1994, com 97 anos de idade. Sua esposa Sara Victalino Gueiros, também baluarte da obra Maranata, especialmente no trabalho das senhoras, faleceu em 2003, com 99 anos de idade.
Igreja Maranata
O início do movimento Maranata ocorreu, assim reza a história do mesmo, quando um grupo de oito líderes presbiterianos, entre homens e mulheres, extremamente desencorajados pela frieza da igreja à qual pertenciam, passaram a reunir-se regularmente, em um lugar ermo para orar a Deus, buscando uma orientação espiritual para suas vidas. Estando no meio dessas orações, um novo pentecostes ocorreu, testemunhado por todos eles: o Espírito Santo começou a se manifestar no meio deles – palavras do pastor Alexandre Gueiros - e as pessoas começaram a falar línguas estranhas, como ocorrera na igreja primitiva. Isto foi tomado como um chamamento do Espírito Santo para o início de uma nova obra, que foi o movimento Maranata. A maioria dos líderes presentes naquela ocasião ainda está viva, mas esquiva-se de dar seus nomes, pois considera que isso foi obra do Espírito Santo - a quem honra e glória - e não de homens.
A princípio esses líderes pensaram em aderir a alguma das várias igrejas pentecostais, visto como essas também aceitam os dons espirituais. No entanto, a maneira pentecostal de conduzir os cultos religiosos, com ruidosas manifestações emocionais, não foi aceito por esses líderes de origem presbiteriana, que então se afastaram dos pentecostais e iniciaram a Igreja Maranata – no princípio denominada Igreja Cristã Presbiteriana - na qual os cultos são conduzidos ao som de músicas suaves, e com discrição.
O movimento Maranata difere, contudo, da Igreja Presbiteriana, da qual se separou, por uma variedade de pontos: 1) acima de tudo prega, como indicado pelo seu próprio nome, que a volta de Cristo é iminente; 2) que o relacionamento do crente com Deus é pessoal, íntimo até, havendo uma comunicação entre os dois através de manifestações do Espírito Santo, tanto pessoais quanto coletivas, através de dádivas espirituais; 3) as comunicações coletivas, sempre julgadas por um grupo maduro da igreja, ocorrem sobretudo através de visões e línguas estranhas – glossolalia – havendo sempre, neste caso, aquele que recebe e fala a mensagem, e outro que a interpreta; 4) destarte – assim explica a teologia Maranata - o Espírito Santo revela as linhas mestras da atividade da Igreja, bem como aconselha o crente, que o consulta em toda questão relevante, através de orações respondidas por meio de dons espirituais; 5) o batismo é feito por imersão, e as crianças não são batizadas antes da puberdade, e de terem tomado uma decisão pessoal de seguir a Cristo e de solicitar o batismo; 6) não há coleta de ofertas durante os cultos, mas todos os seguidores costumam contribuir voluntariamente com o dízimo de seus rendimentos, havendo ainda a característica de que contribuições de estranhos ao rebanho não são aceitas; 7) os pastores são escolhidos pelo Presbitério Nacional, que busca confirmações do Espírito Santo, através de dons espirituais, confirmados em vários níveis, e têm de passar por um período de treinamento que se caracteriza como um seminário informal; 8) os pastores não recebem nenhum salário, exceto em casos excepcionais; todos eles têm empregos, ou profissões liberais, seguindo o modelo do Apóstolo Paulo, que fazia tendas para sua própria manutenção; 10) a igreja conduz reuniões de doutrinamento em locais denominados Maanaim (palavra hebraica que designa, na Bíblia, o local onde o patriarca Jacó encontrou-se com anjos de Deus). São atualmente doze os manains existentes no Brasil, que acomodam, cada um, de 1.200 a 3.500 pessoas. O maior deles está localizado nas montanhas do Estado do Espírito Santo; 11) a Igreja mantém a forma presbiteriana de Governo; é conduzida e administrada por um Presbitério, localizado no Estado do Espírito Santo.
A obra da igreja Maranata se estende hoje por muitos países, além do Brasil: México, Estados Unidos da América, Canadá, Inglaterra, Portugal, Polônia, Rússia, Ucrânia, Coréia, Japão e outros. O presente Presidente do Presbitério é o pastor Edward Hemming Dodd e o seu Vice-Presidente Executivo, o pastor Gedelti Teixeira Gueiros.
Os templos têm uma arquitetura especial, mantendo a tradição evangélica brasileira, imposta péla constituição do Império, que proibia a construção de templos não católicos – as casas de oração Maranata têm a aparência de uma residência. São tantos desses templos construídos no Brasil – um por semana, chegando a um total de 2.000 – que foi criada uma indústria de templos pré-fabricados, tanto para manter os padrões exatos, quanto baixar os custos das construções. Além desses templos, há mais de 2.500 igrejas que se reúnem em salões comerciais e em casas reformadas para o efeito.
terça-feira, 7 de abril de 2009
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An alternate history regarding their split from the Presbyterian church. Read excerpts from a book published in 2003, using http://translate.google.com (from Portuguese to English) on this link: http://www.celeiros.com.br/news/historia-do-surgimento-da-igreja-crist%C3%A3-maranata/
ResponderExcluirGoogle for "Igreja Crista Maranata" and "escândalo", and translate using translate.google.com to read about a major money scandal their leaders are weathering. English readers can read concerns about ICM teachings and practices here: http://whoseworkisitanyway.blogspot.ca